Leucemia não tem cara

Leucemia não tem cara

Leucemia não tem cara

Leucemia não escolhe idade, cor, país, cidade, gênero, profissão nem classe social. Câncer não é doença de rico nem de pobre; nem de negro, nem de branco, nem de índio, nem de amarelo; não é doença de adulto nem criança; nem de homem, nem de mulher; não importa se é hetero, homo, bi ou transexual. A leucemia é indiferente a qualquer classificação humana que pudermos fazer. Ela, por si, escolhe quem e quando atacar, sem que possamos prever.

Por essa questão, é muito importante termos a consciência de que os cadastros que temos incentivado e conseguido realizar NÃO PODEM SER PENSANDO EXCLUSIVAMENTE EM UM PACIENTE ESPECÍFICO, porque dificilmente seremos compatíveis com a pessoa que nos motiva ao cadastro. Isso é MUITO SÉRIO.

A doação de medula óssea, temos dito incessantemente, está condicionada à compatibilidade genética e é indiferente ao tipo sanguíneo. As chances de uma medula saudável ser compatível com uma deficiente é extremamente pequena, sendo de:

  • 1 para 4 entre irmãos de mesmo pai e mesma mãe;
  • 1 para 100.000 (cem mil) entre não aparentados;
  • 1 para 1.000.000 (um milhão) entre brasileiros com maior índice de miscigenação.

Aqui no Brasil, a maravilhosa mistura das raças, que nos proporciona uma cultura tão plural, também é responsável pelo aumento da dificuldade de encontrarmos doadores compatíveis fora da família (1º grau). A miscigenação é ruim? JAMAIS. Ela é algo belíssimo e de que devemos nos orgulhar. Mas, apesar de toda essa beleza, precisamos também considerar que, devido a ela, precisamos alcançar a consciência de milhares de pessoas para que realizem o seu cadastro como DOADORES VOLUNTÁRIOS DE MEDULA ÓSSEA. Quanto mais pessoas se cadastrarem, maiores serão as chances de os atuais e os futuros pacientes com doenças no sangue encontrarem a cura.

Envolver-se em uma campanha para doação de medula óssea está muito além do envolvimento emocional com um paciente, seja ele seu parente ou amigo. Engajar-se para atrair mais cadastros é engajar-se com a vida, seja ela de quem for.

Muitas pessoas têm se dirigido aos hemocentros na esperança de serem compatíveis com o paciente que lhes motivou a sair de casa, mas isso é uma grande ilusão que precisa ser esclarecida, e só se conseguem esclarecimentos com boas informações. Por isso, entendam: cadastrar-se no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) é consentir que, até os seus 55 anos, você se dispõe a salvar a vida de alguém, em qualquer parte do mundo, caso venha a ser compatível com esse alguém. Atenção: caso venha a ser compatível, porque você, sim, pode se cadastrar, esperar ansiosamente por essa compatibilidade, e ela nunca vir. Sim, é possível e muito provável. Cadastrar-se no REDOME é um gesto que ultrapassa o fato de ESTAR CADASTRADO; é uma questão de SER. Ninguém “está doador de sangue”, então por que há pessoas que se cadastram como doadoras de medula óssea pensando apenas em um paciente? Isso não é SER DOADOR, é estar iludido e iludindo quem precisa.

Antes de se dirigir ao hemocentro, busque se informar; vá consciente de que a sua medula, saudável, poderá salvar a VIDA e não “Fulano(a)”. Leia sobre o que é a medula óssea, o cadastro do doador e tudo mais que disser respeito ao transplante. Leia relatos de quem já doou e de quem já foi transplantado. Conheça as difíceis batalhas por que passam tantas famílias, cujas dificuldades esbarram na falta de informação e de dinheiro para tratamento, até nos preconceitos mais infundados de que se tem conhecimento.

Ao fazer o cadastro no REDOME, você estará assinando um compromisso com a vida, um compromisso com a esperança de crianças, jovens, adultos, negros, índios, brancos, amarelos, homens, mulheres, brasileiros, americanos, africanos, ingleses, mexicanos, pobres, ricos, enfim, HUMANOS. Se você está sem tempo, imagine esses pacientes, cujos relógios da vida parecem andar mais rápido. Não espere, porque o tempo urge e a vida, lá fora e aqui dentro, não pode esperar. Reflitamos, pois.

Para entender melhor como funciona todo esse processo, acesse esta apresentação em Prezi e as seguintes publicações (clique nas imagens para abrir em uma nova janela):

Quem pode doarCOMO E ONDE ME CADASTRAR_eQUAIS OS RISCOScompatibilidadeQuais as chances de encontrar doador compatível?Quanto tempo leva?ATUALIZEb

Existe UMA chance

Existe UMA chance

Pedimos licença para usar o nome da campanha do jovem Beethoven (19 anos, LMA-M2), para intitularmos esta postagem, pois, quando o assunto é leucemia, sempre Existe UMA chance e é nela em que nos agarramos diariamente.

Mas ontem, domingo (03), tivemos a oportunidade de nos encontrarmos com este rapazinho de 9 anos, o Rafinha, que era uma das crianças vítimas da leucemia. No caso dele, a leucemia foi do tipo linfoide aguda (LLA), um tipo diferente da do Rodrigo e do Beethoven, mas igualmente traiçoeira.

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A história do Rafinha é, como tantas outras, de superação: em 2011, aos 5 anos, quando ensaiava uma apresentação para o dia das mães na escola, o garoto se queixou à professora de um cansaço que o impedia, à época, de realizar alguns agachamentos próprios da coreografia para homenagear as mamães. Com o surgimento de outros sintomas, os pais do Rafinha resolveram procurar um médico, na crença de ele estar com alguma anemia mais severa. Com o diagnóstico preciso, veio a natural perda de chão. Seus pais, artesãos no Rio de Janeiro, precisaram, então, abdicar de seus trabalhos, autônomos, para se dedicarem ao tratamento do filho mais novo, que se curou com o tratamento quimioterápico ainda no Rio de Janeiro. Anos depois, a triste notícia: a leucemia voltara e, agora, somente um transplante de medula poderia salvar o Rafinha.

Sem muitas condições financeiras para arcar com os novos tratamentos, que agora precisariam ser realizados também em São Paulo, longe de casa, os pais do garoto rifaram e leiloaram diversos objetos, arrecadaram doações em dinheiro e contaram com a solidariedade de centenas de pessoas, sob as mais diversas formas.

No ano passado, Rafinha conseguiu 40, isso mesmo, QUARENTA doadores compatíveis, um verdadeiro milagre proporcionado pelas centenas de milhares de pessoas que se cadastraram, ao redor do mundo, como doadoras de medula óssea. No final de 2014, esse guerreiro de apenas 9 anos recebeu a sua nova medula; entre as 40 compatíveis, a mais compatível de todas estava na Polônia e, agora, está aqui, no Rio de Janeiro, permitindo ao Rafinha a vida.

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Ontem, domingo (03), não fomos nós, adultos, que ensinamos lições ao Rafinha, mas a história dele, “no alto dos seus 9 anos”, que nos ensinou, em uma tarde agradável de compartilhamento de histórias no Jardim Botânico, que vale a pena lutar para encontrarmos um doador compatível. Não precisaremos de 40, só de um, somente de um doador, que pode ser você. Permita que exista uma chance para o Rodrigo, o Beethoven, o Tancrède, a Raísa, a Anna Clara, o Bruninho e tantos outros, porque sim, você pode ser essa chance que virá para salvar a vida de cada um deles.

Cadastre-se no REDOMEClique aqui e saiba como se tornar um doador. 

Mas, se você já é cadastrado, clique aqui e ATUALIZE SEUS DADOS.

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A luta por todos e por qualquer um

A luta por todos e por qualquer um

Neymar, Kaká, Isabella Fiorentino, Luciano Huck, André Marques e outras dezenas de pessoas famosas têm compartilhado, nos últimos dias, o apelo da família do menino Tancrède, paciente com mielodisplasia, uma doença no sangue gravíssima que só se cura com transplante de medula óssea.

Segundo matéria apresentada hoje na Rede Globo, o número de doadores voluntários que se apresentavam à Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, cresceu de 40 para 600 por dia. Isso tudo é maravilhoso, mas ainda encontramos muitas pessoas mobilizadas por quererem ser doadoras DELE, do Tancrède, e não serem doadoras, voluntariamente, independente de quem seja o paciente beneficiado, caso venham a ser compatíveis com alguém, como deve ser.

Quando pedimos, incessantemente, que as pessoas interessadas leiam as informações que compartilhamos, não é em vão. A consciência quanto à importância de se cadastrar como doador voluntário de medula óssea está além, muito além  do que muitos pensam.

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O cadastro, apesar de muitas vezes ser incentivado por uma campanha específica, que leva o rosto de um paciente, como a Ajude Rodrigo, ou a do Beethoven, ou a do Tancrède, ou a do Michel, etc., NÃO É NOMINAL, NÃO PODE SER NOMINAL, tampouco deve ser motivado exclusivamente PARA um paciente, porque essa compatibilidade genética é tão, mas tão rara, que se declarar como doador voluntário de medula óssea sem nem mesmo saber o que isso significa pode atestar a sua falta de sensibilidade, porque, muitas vezes, quando o cadastro é feito sem informação e sem consciência da dimensão de sua importância, acontecem coisas como esta, em que o doador é convocado, mas desiste de doar:

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Por isso, gente, é muitíssimo importante que, antes de chegarem ao hemocentro, LEIAM, INFORMEM-SE, PERGUNTEM, PERGUNTEM DE NOVO, se necessário, e só assim SE CADASTREM, porque o caminho dos esclarecimentos é o que nos  coloca na direção da cura de tantas pessoas.

Do xilopixel à vida

Do xilopixel à vida

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À medida que busco conteúdo para alimentar nossas redes sociais, no intuito de mostrar a vocês um pouco mais de quem é Rodrigo Calixto, o humano, o designer, e não “só” o paciente que procura um doador de medula óssea compatível, me surpreendo com o que encontro.

Naquela entrevista cedida por Rodrigo aos alunos da PUC-RIO, ele já falava sobre a dificuldade de se fazerem as conexões necessárias para que nós possamos encontrar o outro que nos pode oferecer aquilo de que precisamos; neste outro vídeo, ainda mais antigo que o anterior, Rodrigo me surpreende com colocações extremamente pertinentes à nossa causa e a toda a nossa campanha, que só tem crescido, tanto em volume quanto em beleza.

“Vai chover, vai amanhecer, vai anoitecer, vai entardecer e tudo isso vai estar sendo registrado. Eu fui buscar nesse modelo colaborativo, coletivo, um modelo que se adequasse e que fosse tão verdadeiro quanto essa iniciativa de criar a relação entre as pessoas, de potencializar os encontros, de viabilizar os desejos e, sobretudo, de trazer para o universo comum diferentes expectativas. Eu acho que essa é a verdadeira razão pela qual eu estou me mobilizando de uma maneira coletiva e colaborativa. É fazer com que as pessoas tragam suas histórias e que elas, de alguma maneira, sejam uma árvore, uma árvore construída com 3.996 resíduos de lixa e, talvez, cada pessoa que colaborar possa se identificar em cada um desses pedaços diferentes de lixa que vão estar aí.”

Pegando o gancho na ideia da lixa, temos sonhado que essa nossa mobilização, igualmente coletiva e colaborativa, possa fazer com que essas milhares de pessoas que nos acompanham se identifiquem e, cada vez mais, adiram à causa, cadastrando-se como doadoras voluntárias de medula óssea, compartilhando vida e possibilidades de continuação de tantas outras histórias. Desejamos que cada uma das ampolas de sangue doadas para o cadastro seja como um pedaço de lixa, que somou para formar a árvore do painel interventivo urbano do xilopixel, essa metáfora tão pertinente da vida.

Por que ser um doador de medula óssea?

Por que ser um doador de medula óssea?

Em meio às tantas perguntas que temos recebido e respondido nos últimos dias, resolvemos criar uma apresentação rápida e didática sobre todo o processo para se tornar um doador voluntário de medula óssea. 🙂

Esperamos que lhes seja útil e, se assim julgarem, não hesitem em compartilhar, porque, para alcançarmos a consciência de mais pessoas, o importante é espalharmos boas informações!

Para conferir, basta clicar na imagem abaixo.
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O medo de ser herói

O medo de ser herói

Dois dos principais fatores para o desencorajamento do cadastro como doador voluntário de medula óssea são o medo de agulha e o desconhecimento sobre de qual medula será realizado o transplante. Por esses motivos, nossa campanha tem se pautado na propagação de boas informações, porque a criação de medos só acontece quando nos mantemos à sombra da ignorância.

Antes de esclarecermos esses dois aspectos desencorajadores, gostaríamos de comentar que, na última sexta-feira (17), estivemos no HEMOPE (Recife) e, em conversa com as assistentes sociais, fomos informados de que várias pessoas que se cadastram como doadoras de medula óssea o fazem por sensibilização com uma ou outra campanha, sem ter a real dimensão do que é ser um doador de medula óssea. Por não terem a consciência da importância desse gesto, quando o paciente que mobilizou aquele cadastro consegue um doador compatível ou vem a óbito, várias pessoas entram em contato com os hemocentros e solicitam a retirada de seus nomes do REDOME. Isso é bastante grave, porque demonstra falta de reflexão e, também, de solidariedade.

O caso específico da doação de medula óssea nos parece a materialização perfeita da máxima fazer o bem sem olhar a quem. Isso porque, havendo compatibilidade com algum paciente, agora ou no futuro, as identidades dos doadores e dos pacientes serão mantidas em sigilo, por diversas questões éticas. Ao se declarar como doador voluntário de medula óssea, você se declara, então, a favor da vida, seja ela de quem for. Essa é, talvez, a maior beleza desse tipo de cadastro.

Mas e a tal da agulha?

Pois é. Para a realização do cadastro no REDOME, a agulha será fininha, como aquela usada nos exames de sangue rotineiros, e apenas uma pequena amostra do seu sangue, que varia de 5ml a 10ml, será retirada para ser submetida ao exame de histocompatibilidade genética (HLA), responsável pelo mapeamento genético tanto do doador quanto do receptor da medula. Em outros momentos, já explicamos que a compatibilidade entre medulas não se dá pelos tipos sanguíneos, mas pelo DNA. Não fosse isso, as chances de encontrar doadores compatíveis seriam infinitamente maiores, mas, em se tratando de genética, os pacientes precisam encontrar uma espécie de irmão, de mesmo pai e mesma mãe, sem qualquer parentesco real.

Cadastro no REDOME
Retirada da amostra de sangue para o cadastro no REDOME. (Foto: Anoca Freitas)

Quando você se submete a esse procedimento de coleta para o cadastro, não estará doando medula, também não está assegurado que será convocado a doar. A coleta, como dissemos anteriormente, é de uma pequena amostra de sangue, que será submetida a exames para classificação genética e, somente em casos de compatibilidade, é que você será convocado a doar medula.

Ampola para o cadastro
Ampola para a coleta da amostra de sangue. (Foto: Anoca Freitas)
Amostra de sangue
Amostra de sangue a ser submetida ao exame HLA. (Foto: Anoca Freitas)

O medo de outras pessoas, porém, não é em relação à agulha do cadastro, mas à do transplante, que é maior e, consequentemente, mais grossa. Aos desavisados, informamos que, em caso de os médicos optarem pelo procedimento de punção no osso da bacia, o doador estará sob anestesia, o que não lhe permitirá sentir dor, mas talvez alguns desconfortos na região da bacia, nada mais sério que isso.

E, já que falamos em bacia, é importante esclarecer que a medula óssea é um tecido gelatinoso que preenche o interior de vários dos nossos ossos, sendo popularmente chamada de tutano. A medula óssea é a parte do corpo responsável pela criação das células do nosso sangue e, na leucemia, o que acontece é que a medula doente/deficiente acaba criando descontroladamente os glóbulos brancos (leucócitos) e os lança na corrente sanguínea ainda imaturos, o que prejudica a imunidade do paciente pela leucemia acometido. Mas por que do osso da bacia? É lá onde está a maior concentração de medula óssea e, por isso, é de lá que os médicos extrairão uma amostra de 15% que poderá recompor toda a medula doente/deficiente de alguém (obs.: o doador tem esses 15% recompostos em pouquíssimas semanas).

Assim, desfazemos o outro medo: a medula óssea NÃO É A MEDULA ESPINHAL, ou seja, ao se submeter ao transplante de medula óssea, o doador não corre risco de paraplegia. 😉

Transplante de medula
Transplante de medula por punção no osso da bacia. (Fonte: Google images)

Esperamos, com esta postagem, termos esclarecido esses dois medos que assolam boa parte da população e, assim, tocar a consciência de novos potenciais doadores de medula óssea, para que o medo dê espaço à possibilidade de ser o herói da vida de alguém.

Tempus fugit

Tempus fugit

Quem lhes escreve, aqui, é a Ana Luísa (ou Anoca, se preferirem!), prima do Rodrigo e administradora do conteúdo das redes sociais da campanha Ajude Rodrigo. Com apenas 11 dias de campanha nas redes sociais, estamos conseguindo atingir um público que, talvez, nem nos nossos mais profundos desejos, conseguiríamos supor. Por esse motivo, sinto-me na obrigação de vir aqui, em público, dar um relato bem pessoal, mas certa de que falo pelo Rodrigo e por toda a nossa família.

Desde o diagnóstico, em janeiro deste ano, estivemos cientes de todas as dificuldades por que passaríamos: a luta para vencer o quadro inicial de infecção que nos levou à identificação da leucemia; as transfusões de sangue e plaquetas; as visitas controladas; a ausência do toque; o primeiro ciclo da quimioterapia; a ansiedade pelas respostas das perguntas mais difíceis que somente os mais crédulos, em Deus ou na Ciência, conseguem responder, e de maneira sucinta: Deus quis assim ou é a vida.

Pouco importam, agora, as crenças de quem me lê. Tenho refletido, todos os dias, sobre o papel que cada acontecimento tem na construção do nosso caráter e na necessidade de revisarmos os nossos valores. Não sei o que é conviver com uma sentença de vida curta, para ser eufemista. Não sei. Não consigo ponderar o tamanho do sofrimento de um pai ou uma mãe que assistem à luta diária de um filho pela sobrevivência; ou de um cônjuge cujos sonhos a dois se dissipam por culpa de uma doença tão silenciosa e avassaladora. Não consigo. Mas, nisso tudo, consigo entender que, se nem tudo que nos acontece precisa, de fato, ter um porquê, não significa que não podemos aprender. Acaso ou não, estamos aqui para construirmos sentidos diversos para a vida que nos cabe, com mais ou menos dificuldades.

Assistindo, de longe, à luta do Rodrigo (ele está no Rio de Janeiro e eu, no Recife), nunca me senti tão perto. Nunca fomos próximos, porque são 7 anos de diferença de idade e quase 2.000km de chão que nos separam, mas essa coisa de sangue é mesmo muito forte e, neste momento tão complexo, de circunstâncias arredias, os laços apertam, o vínculo se fortalece. Mas somos família e isso, por si, já justificaria todo o meu empenho e o dos demais familiares, não é mesmo? Mas o que tenho visto, em mensagens privadas e públicas, em compartilhamentos, em menções no Facebook e no Instagram, é a participação de vocês, anônimos como nós, que se compadecem com a nossa angústia e ansiedade para encontrar o doador de medula compatível, que poderá salvar a vida do Rodrigo.

Essa participação de vocês, que nos trazem relatos de tratamentos bem sucedidos, palavras de conforto e motivação, e que compartilham nossos apelos e informações, tem sido fundamental para que consigamos explicar a mais e mais pessoas o que é a leucemia, a medula óssea, a importância de ser um doador voluntário e, sobretudo, o transplante de medula, ainda tão temido, por medos infundados.

As informações sobre esses temas ainda são difusas e insuficientes, o que faz com que cada compartilhamento seja muito importante. Por isso, eu, Ana Luísa, em nome do Rodrigo, da minha família e de todos os atuais e futuros pacientes com doenças no sangue, agradeço a todos vocês que vêm aqui e se informam, que curtem, que compartilham, que nos enviam mensagens de força e de fé, que estão se cadastrando no REDOME, que estão levando os amigos para se cadastrarem e que nos dirigem positividade, em orações e boas energias. Essa luta é do Rodrigo, do Beethoven, do Michel, da Raísa, da Rafaela, do Bruninho… mas também é nossa e do resto do mundo, porque hoje são eles que precisam, mas o amanhã, em sua imprevisibilidade, pode nos trocar de lugar e, se, porventura, esse infortúnio nos acontecer, nossas chances também serão de 1 a cada 100.000. Mas teremos mais esperanças, porque, quanto mais doadores voluntários cadastrados, maior é a possibilidade de encontrarmos o nosso salvador, não mais alheio, por aí.

Tempus fugit, isto é, o tempo foge. Irreversivelmente, ele foge.

Não demorem. Doem(-se), pois a vida, meus amigos, essa não espera.

Muito obrigada!

Foto: Marcelo Omena, para os 7 anos da Loja Reserva
Foto: Marcelo Omena | #7anosreserva
Rodrigo Calixto e o Sem Censura

Rodrigo Calixto e o Sem Censura

Rodrigo Sem Censura 2

“Valorizar a memória afetiva da casa através do mobiliário”. É assim que Leda Nagle, no programa Sem Censura (TV Brasil), apresenta o trabalho de Rodrigo Calixto, em entrevista exibida no dia 28 de novembro de 2013. Essa foi a segunda participação de Rodrigo no programa de Leda; a primeira aconteceu no dia 16 de dezembro de 2011, quando Rodrigo foi convidado para falar sobre o mercado de luxo e o novo perfil da classe C.

Vale a pena conferir as duas entrevistas, para conhecer um pouco mais do trabalho desse designer promissor que é Rodrigo. 🙂

PROGRAMA SEM CENSURA (TV BRASIL – 28/11/2013)
QUER REFORMAR A CASA COM POUCO DINHEIRO?

 

PROGRAMA SEM CENSURA (TV BRASIL – 16/12/2011)
MERCADO DE LUXO E O NOVO PERFIL DA CLASSE C

Entrevista de Rodrigo Calixto para alunos da PUC-RIO

Entrevista de Rodrigo Calixto para alunos da PUC-RIO

No final de 2014, Rodrigo Calixto recebeu, na Oficinaethos, alunos da PUC-RIO para lhes dar uma entrevista. Nesse encontro, Rodrigo explicou aos estudantes como chegou ao curso de Desenho Industrial e como o interesse pela marcenaria surgiu em sua vida.

Ao falar da criação da Oficinaethos, Rodrigo compartilha um aprendizado que tirou “da caixa de parafusos do Carlão”, segurança da PUC que também é marceneiro e faz parte da história da Ethos:

Na vida, sempre tem alguém querendo aquilo que você quer jogar fora e você sempre quer aquilo que alguém, em algum momento, tá jogando fora. A dificuldade é você fazer essas conexões.

À época, Rodrigo ainda não havia recebido o diagnóstico de sua leucemia (LMA), mas já anunciava a importância do ato de doar, reconhecendo que, no mundo, sempre tem alguém que pode oferecer aquilo de que você precisa, mas que é difícil estabelecer essa conexão.

Hoje, Rodrigo precisa não dos parafusos da caixa do Carlão, mas de uma nova medula óssea, que pode ser a sua. Ajude-nos a estabelecer as conexões necessárias para encontrar o doador compatível de que Rodrigo precisa. Informe-se! Compartilhe! Mesmo a chance sendo 1 em 100.000, ela existe e precisamos encontrá-la. ❤

Como posso me tornar um doador?

Como posso me tornar um doador?

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Passo a passo para se tornar um Doador Voluntário de Medula Óssea:

1º Passo- se cadastrar

O cadastro pode ser feito em campanhas de doação ou em um Hemocentro.

No nosso site, no canto superior da tela, há um espaço para você digitar o seu CEP e encontrar o Hemocentro mais próximo da sua casa para fazer o seu cadastro de doador. Para cadastrar-se, é necessário colher uma amostra de sangue e preencher a ficha cadastral.

Em média, dois meses após o cadastro, seus dados estarão disponíveis no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Cada estado faz o seu próprio cadastro, mas todos os dados vão para um único registro nacional do Ministério da Saúde, REDOME (Registro de Doadores de Medula).

2º Passo- esperar

A compatibilidade de medula é determinada pela genética e a chance de encontrar um doador compatível com um paciente é, em média, 1 em 100 mil. Essa espera para doação pode durar meses ou anos. Se o sistema encontrar um paciente compatível com você (doador), eles entrarão em contato para colher uma nova amostra de sangue e confirmar a compatibilidade.

Lembre-se de sempre atualizar seus dados, pois o paciente compatível pode aparecer a qualquer época de sua vida e você deve ser encontrado rapidamente! (Se você já é cadastrado, clique aqui para atualizar seus dados)

3º Passo – Confirmada a compatibilidade, fazer a avaliação médica

Ao ser chamado para doar, um médico irá avaliar o seu estado de saúde e novos exames serão feitos. Com base nos resultados do seu estado de saúde, e da doença do paciente que irá receber a medula óssea, o médico vai explicar qual será o tipo de coleta: através de aférese (por filtragem do sangue) ou através de punção no osso da bacia.

4º Passo – Fazer a doação

Há duas maneiras de se coletar medula óssea:

  • O primeiro modo é a coleta pelo osso da bacia: é realizado com agulha na região da nádega; o procedimento dura 60 minutos e é feito com anestesia. O doador fica um dia em observação após o término do procedimento. Como efeito da doação, os doadores sentem dor no local da inserção da agulha, semelhante à de uma injeção de benzetacil ou a uma queda num jogo de futebol, que regride em uma semana.
  • O segundo modo é a coleta pela veia: o doador toma um remédio durante cinco dias para aumentar a produção de células-mãe; no sexto dia, as veias do doador estão cheias de células-mãe. O sangue pode ser filtrado por uma máquina que retira as células-mãe e devolve as células do sangue para as veias. Em geral, o processo de coleta dura de 4 a 6 horas. Os efeitos colaterais do medicamento são dores no corpo como as de uma gripe, mas sem espirrar, que melhora com um analgésico.

Quem NÃO pode doar?

– Menores de 18 anos e maiores de 54 anos

– Portadores de HIV ou Hepatite C

– Pessoas que têm ou já tiverem algum tipo de câncer

Para onde vai o registro do meu cadastro?

REDOME – Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea: o INCA – Instituto Nacional de Câncer – é o responsável pelo REDOME. Criado em 1993, o Registro centraliza todas as informações cadastrais de pessoas dispostas a doar medula óssea para pacientes que não possuem doadores na família. Quando um paciente precisa de transplante, esse cadastro é consultado. Se encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.

O que é medula óssea?

A medula óssea é um tecido gelatinoso encontrado no interior dos ossos, conhecido popularmente como “tutano”. Ela contém as células-mãe responsáveis pela fabricação das células sanguíneas (hematopoese).

Medula Óssea é diferente de Medula Espinhal. A medula espinhal fica no interior da coluna vertebral e transmite os impulsos nervosos.

Em pessoas com câncer de sangue, a medula óssea não produz o sangue com o equilíbrio correto dos seus componentes.

O que são células-tronco?

As células-tronco são células muito especiais. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante de tecidos específicos. Essas células têm duas características distintas:

  1. Elas conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características;
  2. Conseguem diferenciar-se, ou seja, adquirir características diferenciadas de células maduras com funções específicas.

A célula-tronco hematopoética, que, no adulto, se localiza na medula óssea vermelha, é uma célula comprometida com a formação do sangue. Essa é a célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea.

FONTE: Associação da Medula Óssea – AMO